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11/09/2018
Escrito por:Juliana Silveira
De Carona com o Bomde – Peru

Mistérios, aventuras, gastronomia e todos os encantos de Machu Picchu e região

Sentir de pertinho a magia, mistérios e encantos de Machu Picchu. Ver e apreciar paisagens raras e inigualáveis. Vivenciar uma cultura magnífica e única. E se perder nas maravilhas gastronômicas de uma das culinárias mais ricas do mundo!

O De Carona viajou para o Peru para explorar o melhor da cidade perdida dos Incas, num roteiro diferente, recheado de aventuras, inspirações e belezas. 

Tudo isso temperado com muita adrenalina e emoção, na companhia do nosso caçador de emoções Pepe Fiamoncini e seus amigos.

Bora? A viagem vai começar!

Os mistérios de Machu Picchu, montanhas nevadas, lhamas e todos os encantos da terra Inca

O QUE FAZER NO PERU

Já imaginou conhecer Machu Picchu de bike? Ou então curtir as paisagens peruanas, em meio às montanhas, durante um rafting? E que tal saborear o melhor da gastronomia local suspenso a 400 metros de altura? 🙂

Viajar sem emoção é impossível quando o comandante da trip é o nosso aventureiro de plantão, Pepe Fiamoncini. E no Peru não foi diferente!

Ficou curioso? Vem que ele vai contar tudo e muito mais!

Fala aí, Pepe!

A cidadela de Machu Picchu chegou ao seu auge com o Império Inca. Rodeada por montanhas e com difícil acesso, a cidade sobreviveu à invasão dos espanhóis no século XVI. Por trás de toda história mística deste local, fui conferir os segredos que este Patrimônio Mundial da UNESCO tem a revelar, da maneira mais divertida, com muita adrenalina e dicas atualizadas que vão mudar o seu roteiro.

Vem comigo!

CONHECENDO MACHU PICCHU, UM  DOS MELHORES DESTINOS NO PERU

Dia 1

Começamos a viagem por Cusco. No primeiro dia, contratamos uma agência (aliás, não faltam opções de agências vendendo pacotes turísticos na cidade), para fazer a tour até Machu Picchu de uma forma diferente: pela trilha Inca usada pelos antepassados.

Dica do Pepe:

A contratação do guia é necessária com certa antecedência (por volta de um a quatro meses meses antes, dependendo do caminho que for fazer), mas quanto antes fechar a viagem, melhor. Saindo de Cusco, a viagem por trilha é muito longa, levando cerca de 8 a 10 dias. É bom ter um guia, mas não é necessário ou obrigatório. Os trajetos de bike e rafting também não precisam de guia, porém, ambos não são trajetos fáceis.

QUE COMECE A AVENTURA PELO PERU!

De bike

Saímos de Cusco em um transfer que nos levou para o Inka Jungle, um roteiro completo de 4 dias e 3 noites de aventuras que terminam em Machu Picchu.

Carregamos os carros com aproximadamente 15 bicicletas e fomos para a região chamada Abra Málaga, a 4.350 metros de altitude. A região, que apresenta belas vistas das montanhas nevadas, como Salcantay, é a divisão geográfica entre o altiplano andino (com a Cordilheira dos Andes) e a Floresta Amazônica.

Colocamos os equipamentos de segurança, pegamos as bicicletas e descemos montanha abaixo! São 60 km, com muito vento no rosto, beirando a encosta da montanha, feitos em 3 horas, pelas mais belas vistas que já vi! O trecho é todo asfaltado e, em algumas partes, passamos pelas quedas de água à beira da rodovia. Descemos até os confortáveis 1.196m de altitude para completar nossa primeira etapa da viagem com muita adrenalina! \0/

Chegamos ao povoado chamado Huamanmarca, onde embarcamos de volta na van e seguimos para Santa Maria. Lá é o ponto onde a maioria das agências costumam hospedar seus viajantes. Almoçamos rapidamente e logo estávamos nos preparando para a próxima atividade.

De rafting

Sim! A cidade de Santa Maria fica à beira do rio Urubamba. Um rio com correntezas que chegam ao grau V (correnteza forte e alto grau de dificuldade), dependendo da rota. Foram seis botes, com seis pessoas em cada, passando pelo rio que cruza todo Vale Sagrado dos Incas.

Foram aproximadamente duas horas de rafting com direito a uma paradinha para saltar de uma pedra de quatro metros de altura. Diversão não faltou! Ao final do passeio, o ônibus estava a nossa espera para voltarmos à cidade.

Para todos os viajantes, este foi o fim do primeiro dia, mas para nós, aventureiros de carteirinha, ainda teríamos que enfrentar 40 minutos de trilha, pois dormiríamos no meio da montanha de Cochapata. Um belo primeiro dia rumo à cidade de Machu Picchu.

Dia 2

Após uma noite bem dormida e antes de tomarmos café, nosso guia nos levou para um banho de cachoeira. Começar o dia assim foi uma das melhores coisas da viagem!

Dizem que aquela cachoeira tem um poder: basta encostar as duas mãos na parede atrás da queda de água e fazer uma oração. Assim que abrir os olhos, é possível ver um arco-íris feito pela névoa de água que se forma. Algo realmente mágico e inspirador. Espero que minha oração tenha sido forte. 😉

O café da manhã em meio à Floresta Amazônica é algo bem diferente. Além da vista deslumbrante, tivemos a presença de alguns amiguinhos selvagens como um louro e um guaxinim. E este último parecia um cachorro de tão amigável e dengoso! rs

Após o café, tivemos algumas explicações de plantas medicinais como a folha de coca, e sobre o plantio, colheita e torra do café peruano. Este é o primeiro ponto de parada para quem vai fazer a trilha Inca começando de Santa Maria.

Saímos para a trilha, onde percorremos os Cânions de Huancarccasa, uma cadeia de montanhas cortada pelo Rio Urubamba. A trilha é leve e em muitos pontos há degraus feitos pelos Incas. Eles usavam estes caminhos para que as cidades da resistência militar inca pudessem se comunicar umas com as outras. O local é de tirar o fôlego! Uma trilha estreita com um penhasco ao lado. Caiu morreu mesmo! \0/

Paramos para almoçar no povoado de Quellomayo e, após um cochilo nas redes, seguimos caminhando beirando o Rio Urubamba. O cenário é lindo! Um desfiladeiro, um rio refletindo o sol e algumas pontes de madeira e cabos de aço. Não se esqueçam de levar câmeras!

Nosso objetivo do dia foi alcançado! Chegamos em Cocalmayo e logo nos trocamos para aproveitar um banho nas águas termais. São 3 piscinas de águas termais aquecidas pela atividade vulcânica. Em alguns pontos é possível ver a água saindo da rocha. Incrível! Muitas excursões costumam ficar a uns 15 minutos dali, em Santa Teresa, mas nós ficamos em um bangalô logo em cima de Cocalmayo, com uma vista privilegiada.

Dia 3

Nosso terceiro dia começa como? Com aventura!

Fomos até o povoado de Santa Teresa para nos divertir com as 7 tirolesas locais, sob o comando da galera da Vertikal Zipline. As tirolesas passam de um lado ao outro do desfiladeiro, a 250 metros de altura. Ainda neste passeio, fizemos a travessia por uma ponte suspensa e uma escalada na cachoeira. Isso que é aventura!

O tour dura duas horas e vale cada minuto. A vista é linda, a velocidade é alta e, para os mais corajosos, dá para fazer em diferentes posições (de cabeça pra baixo, girando e “gavião”). A maior tirolesa chega a quase 1 km de extensão. \0/

Saímos de lá e fomos de carro para a hidrelétrica. Pensava que iríamos visitar as instalações e conhecer o local, mas não. É apenas um ponto povoado que serve de passagem para aqueles que vão até águas Calientes. Almoçamos por lá e continuamos andando mais de duas horas sobre os trilhos do trem. Esta foi a primeira vez que pudemos observar a montanha de Machu Picchu. Nosso destino estava próximo!

Chegando a cidade de Águas Calientes, vimos uma placa enorme escrita Machu Picchu… Sabíamos que nosso sonho estava perto de ser realizado. Fomos para o hotel guardar nossas coisas e já saímos para desbravar a cidade, como bons viajantes que não têm tempo a perder.

Logo de cara, sentimos que a cidade estava com uma vibe diferente. Por coincidência, a prefeitura estava comemorando o 11º aniversário de Machu Picchu como uma das Maravilhas do Mundo Moderno. A festa incluía apresentações de danças e músicas tradicionais peruanas, além de fogos de artifícios e jogos de luzes. Ficamos algum tempo e logo voltamos para o hotel para dormir. Nosso dia seguinte começaria cedo, às 3 horas da manhã. Seria o dia que conheceríamos a mágica cidade de Machu Picchu.

Dia 4

Já estávamos de pé antes mesmo do despertador para de tocar. A empolgação venceu o cansaço e estávamos pronto às 3h30 da manhã. Para começar a subida até a cidade de Machu Picchu é necessário passar por uma portaria para conferência do passaporte e ticket. Ficamos 30 minutos na fila até começarmos a subida dos 1.700 degraus a pé.

Dica do Pepe:

Outra opção é comprar bilhete do ônibus que sai do centrinho de Águas Calientes. Ele é super conveniente, rápido e custa US$ 24,00 (subida e descida). A compra dos ingressos para Machu Picchu podem ser feitas pelo site (recomendo comprar antecipadamente), ou na cidade de Águas Calientes, no Centro Cultural Machu Picchu. O valor é de US$70,00 ou US$ 86,00, caso opte também subir na montanha de Huayna Picchu (se sobrar energia, super recomendo!)

Começamos a subir os degraus até a cidadela ainda no escuro, para pegar o nascer do sol lá de cima. Entramos e já sentimos aquela empolgação que todo viajante tem quando descobre algo novo. A cidade estava lá, construída em cima da montanha, cheia de significado e mistérios. Nosso guia nos levou para um tour.

Parecia cena de filme! O sol nascendo, iluminando aos poucos a parte de cima da cidade e clareando todo o ambiente. O tempo estava completamente aberto, pois não estávamos na temporada de chuvas.

Dica do Pepe:

Todo mundo adora viajar gastando pouco, não é mesmo? A dica é ficar de olho na época do ano: a baixa temporada vai de outubro a fevereiro. Os preços são menores, tem menos turistas… Mas a possibilidade de tempo nublado ou chuva são maiores. A época ideal é entre abril e setembro, onde a temperatura pode ser mais baixa, mas a chance de chuva é menor. 😉

Caminhamos por toda cidadela pelo circuito 1, o mais completo. O sol brilhava no céu azul, as lhamas soltas na cidade, os muros formados pelas pedras sobrepostas… Tudo era como tinha imaginado.

Super dica do Pepe:

As agências turísticas vendem o passeio de Machu Picchu com 2 horas de tour guiado, e após isso, o tempo é livre para explorar o local livremente. Porém, desde 1º de julho de 2017 está proibido voltar à cidade depois de sair e também voltar andando pelo mesmo caminho que foi feito. Isso vale quando se entra na cidadela de Machu Pichu. Deu ticket, entrou, não pode sair mais, nem voltar pelos percursos 1, 2 e 3.

Infelizmente, nosso guia não sabia disso, e assim que acabamos o tour guiado tivemos que sair e não conseguimos explorar livremente a cidadela. Por isso, façam o tour com calma, tirando todas as fotos possíveis, pois depois não será possível retornar!

Aconselho entrar cedo na cidade, ver o nascer do sol, ir na ponte Inca, andar descalços pela grama e subir a montanha Huayna Picchu.

Importante: só tem banheiro na entrada, do lado de fora. Então, lembre-se de ir antes de entrar no parque.

Deixo um pouco da magia da cidade com essas fotos:

Saímos da cidade e voltamos a pé para Águas Calientes, onde pegamos nosso trem de volta para Cusco. Para fechar com chave de ouro, o trem tinha serviço de bordo, com comida e bebidas, e janelas enormes para ver a paisagem das montanhas. O trajeto de trem custa em torno de US$ 70,00.

Dica do Pepe:

Também vale pegar um trem que vai até Ollantaytambo e, de lá, uma van até Cusco. A maioria das pessoas faz isso para economizar. 😉

A viagem não para por aqui!  \0/

O hotel de milhões de estrelas

Já imaginou ficar hospedado a 400 metros do chão, literalmente pendurado em um penhasco? Esse é o conceito do Skylodge. Uma proposta interessante e inusitada de hotel onde 3 quartos ficam em um precipício. Incrível!

SKYLODGE RESERVA

Mas a aventura aqui começa bem antes da hospedagem… Quero dizer, beeem antes mesmo! Isso porque, os aventureiros e/ou casais que quiserem ficar hospedados em uma dessas cápsulas têm que reservar com pelo menos 2 anos de antecedência. Você leu direito sim! São 2 ANOS de espera! E para acabar de assustar de vez, os valores também são salgados, chegando a R$ 1.700,00 uma noite.

São 3 cápsulas para hospedagem e 1 para refeições. Elas são completamente transparentes dando para sentir a sensação de estar pendurado sobre o abismo e dormir vendo milhões de estrelas.

Bom, a hospedagem ficou para a próxima vez, mas a Natura Vive, operadora do Skylodge, oferece almoço em uma das quatro cápsulas. É necessária a reserva prévia, mas não é tão concorrido. O valor também é alto, porém mais acessível (860 soles – moeda peruana).

Partiu almoço nas alturas!

A equipe do Skylodge nos pegou no hotel em Cusco e fomos de van por cerca de uma hora e meia, no meio do Vale Sagrado Inca, perto da cidade de Ollantaytambo. Nos equipamos e tivemos uma explicação de como subir a montanha Via Ferrata (uma espécie de rota para escalar montanha), os procedimentos de descida pela tirolesa e de segurança.

Tem duas formas para chegar aos lodges: escalando a Via Ferrata ou por trilha. Recomendo a primeira opção, que além de ser uma experiência única, é mais rápida, menos cansativa e a mais divertida.

Começamos a subida pelos degraus de ferro fixados na rocha. A todo o momento você está amparado por 2 cordas. Ou seja, não tem como morrer. A subida é super tranquila, sem dificuldade alguma.

Dica do Pepe: fiquem perto dos guias, para que eles façam as fotos de vocês.

Depois de subir cerca de 80 metros, é necessário atravessar uma ponte suspensa de 100 metros de altura. Nada muito difícil, mas pra quem tem medo de altura, não será legal passar. Continuamos a subida com a incrível vista do Rio Urubamba e as montanhas do Vale Sagrado.

Chegando à cápsula restaurante, tiramos parte dos equipamentos e fomos almoçar. O menu foi sopa e saladinha de entrada, carne de alpaca de prato principal (maravilhoso!) e, de sobremesa, o melhor cheesecake que já comi! A comida estava deliciosa e aproveitamos o resto do tempo para explorar aquela cozinha suspensa e tirar fotos. Tudo era fixado na parede com chapeletas de escalada e mosquetões.

Chegada a hora de descer, o sol já começa a se esconder atrás das grandes montanhas. Era hora de se preparar para descer as 7 tirolesas com a distância somada de 2.800 metros. Nosso passeio acabou no ponto onde iniciamos… E na lojinha para comprar algumas recordações deste dia. 😀

Espero ter conseguido passar boas dicas e todas as emoções dessa trip! Até a próxima aventura!