Carregando...
17/07/2017
Escrito por:Juliana Silveira
De Carona com o Bomde – Bariloche

San Carlos de Bariloche ou simplesmente Bariloche, na Patagônia Argentina, é o destino queridinho de muitos brasileiros, que aproveitam a proximidade do país e as belezas da região gelada para curtir a neve e suas maravilhas.

 

Basta o frio chegar para que os adoradores dos alpes migrem para o país hermano. Praticar esportes na neve, apreciar bons vinhos, tomar chocolate quente e se perder saboreando as incríveis medialunas (pãozinho folhado, geralmente doce, bem parecido com o croissant francês) são algumas das delícias da charmosa cidade.

 

Pepe Fiamoncini, nosso viajante e atleta múltiplo também esquia, minha gente. E foi pensando em aproveitar suas habilidades esportivas + uma promo de passagens aéreas de última hora + feriadão no Brasil que ele correu para Bariloche para uma aventura congelante.

 

E a gente? Corremos atrás e fomos De Carona. É inverno argentino, pessoal! =D

 

As peripécias, perrengues e tudo que rolou nessa inesquecível trip você acompanha aqui e agora. Bora?

 

 

Imagem de abertura do post. Ao fundo, montanhas com neve e um lago. Pepe aparece na foto junto do letreiro "Bariloche".

 

Bienvenidos: nossa aventura em
Bariloche vai começar

 

 

Bariloche quase dispensa apresentações. Está na lista dos destinos internacionais de inverno favoritos dos brasileiros há algum tempo, e não é por acaso.

 

A cidade hermana de belezas exuberantes, aos pés das Cordilheiras dos Andes, reúne tudo de mais incrível para os turistas desfrutarem, principalmente nos dias gelados. E o melhor: é pertinho do Brasil.

 

Nas altas temporadas (entre julho e agosto), é natural sermos atendidos em português nos mais diversos serviços e cruzarmos com compatriotas por todos os cantos.

 

 

Pepe em frente à bandeira da Argentina. Atrás, muitas árvores cobertas de neve.

E quando pensamos em Bariloche, o que vem à cabeça?

 

– muito frio ✓☺
– montanhas ✓☺
– vistas incríveis ✓☺
– chocolate quente ✓☺
– vinho ✓☺
– empanadas e medialunas argentinas ✓☺
– neve, muita neve, neve por todos os lados ✓☺☹ (nem sempre)
– vou esquiar, gente! ✓☺☹ (só na alta temporada)

 

 

E foi por isso que quando viu uma promo de passagens aéreas com hospedagem para lá, o Pepe não resistiu. Oportunidades, né gente! Não dá pra perder.

 

Unir sua paixão por aventuras + destino UAU de inverno + feriadão nunca foi tão fácil.  Que comece a trip! Conta aí, Pepe!

 

 

 

O plano

 

Ao ver a promoção, achei a oportunidade única. Pensei: “Já que é para passar frio, que seja na neve, abrindo a temporada de esqui.” A gente acha justo!

 

Convidei uma amiga, fechamos o pacote e partiu feriadão de Corpus Christi em Bariloche.

 

A passagem de ida era para quarta-feira à noite, saindo do aeroporto Galeão, no Rio. Chegamos a Buenos Aires ainda na quarta, porém, o nosso voo de conexão era apenas na manhã seguinte e com troca de aeroporto. Ou seja, nossa primeira noite gelada foi dividida entre sonecas no ônibus e nos bancos super confortáveis (sorte a nossa) do aeroporto.

 

Quem nunca? Perrengue faz parte e vale tudo para não perder a viagem!

 

 

Pepe sentado em banquinho totalmente coberto por neve.

Pepe de braços abertos pulando sobre estrada cheia de neve.

Visão geral de Bariloche.

 


D I C A  D O  B O M D E : Buenos Aires tem dois aeroportos: o Aeroparque (na região central) e o Ezeiza (mais ou menos a 1 hora do Centro). A maioria dos voos para Bariloche saem do Aeroparque. Então, se você comprar uma passagem com chegada pelo aeroporto de Ezeiza e saída pelo Aeroparque, o deslocamento entre os dois aeroportos geralmente sairá por sua conta. É importante prever no mínimo umas 3 horas para o deslocamento e novo voo (levando em conta a imigração e check-in).


 

Pepe posando com lago e árvores cobertas de neve ao fundo.

Tudo certo!

 

Passados os primeiros apertos, embarcamos felizes rumo a Bariloche. Da janela do avião, um susto: cadê a neve que tava aqui?  ¯\_(ツ)_/¯

 

Do alto, avistávamos só montanhas e vegetação, nenhum floquinho de neve pra contar história. E agora? Haja coração!

 

Para a nossa alegria e para salvar o plano [frustrado] de esquiar o dia todo, o São Pedro argentino mandou a primeira forte nevasca do ano de presente, um dia após a nossa chegada.

 

A nevasca foi tão forte que ficamos sem internet e energia elétrica… Mas deixou tudo bem branquinho, do jeito que a gente esperava. Aproveitamos para beber bons vinhos e saborear a ótima comida local à luz de velas.

 


D I C A  D O  B O M D E : a temporada oficial de inverno em Bariloche começa na última semana de junho e vai até o fim de setembro. Mas não tem como garantir que a neve vai dar o ar da graça. Pra quem quiser tentar garantir, o ideal é programar a trip a partir do final de julho em diante. Agosto, estatisticamente, é o mês da neve.


 

 

 

O roteiro

 

Devidamente instalados, neve presente e a partir daqui sem sustos, só alegrias.

 

Que venham os passeios! 😀

 

Entre as alternativas, ficamos em dúvida entre alugar um carro ou fazer excursões com as empresas turísticas locais. Optamos alugar um carro e conhecer o máximo de coisas em 4 dias, com mais liberdade.

 

Selfie na neve.

 


A T E N Ç Ã O  V I A J A N T E S : por questões de segurança, as excursões para alguns lugares são obrigatórias e não tem como fugir delas. Principalmente pela inexperiência de dirigir no gelo e por exigir o uso de equipamento adequado para chegar a alguns pontos (como correias nas rodas, carros altos e adequados às rotas).


 

 

E o que fazer por lá, afinal?

 

 

– Circuito Chico (passeio de 6 horas): um percurso feito de carro ou van (excursão), dando uma volta completa de 65 km por regiões montanhosas belíssimas. Há diversos pontos de parada para tirar fotos, fazer trilhas e comer bem. Pra quem quer fazer este passeio, a dica é ir às quartas-feiras ou aos domingos, quando a feira da Vila Suíça está aberta. Não deixem de experimentar a cerveja de framboesa que vende por ali!

 

No meio do caminho, descobrimos uma tirolesa num circuito de 1.500m, que não pudemos fazer devido à falta de luz, mas aproveitamos para conhecer o famoso Hotel Llao Llao. Além da linda vista, ele é um espetáculo, considerado 6 estrelas por muito tempo (atualmente é um 5 estrelas). O hotel tem um restaurante super charmoso, que pode ser uma excelente pedida para uma deliciosa e quentinha pausa durante esse dia de passeio.

Árvores e muita neve.

 

 

 

Lago Escondido em meio às árvores cobertas de neve.

– Trilha do Lago Secreto: percorrendo parte do Circuito Chico, encontramos o começo da trilha. São aproximadamente 20 minutos de trilha na neve, em meio à vegetação típica de grandes árvores. O lago tem este nome por estar completamente rodeado pela vegetação, tendo apenas um pequeno píer de madeira, onde é possível chegar pertinho da água e sentir o vento gelado.

 

 

– Cerro Campanário: ainda dentro do percurso do Circuito Chico, esta montanha pode ser acessada por teleférico, mas é possível também subir pela trilha. Lá em cima encontramos um vista panorâmica para diversos lagos e cadeias de montanhas.

 

 

GIF alternando entre cabana em Cerro Catedral e Pepe ao lado da bandeira da Argentina no meio da neve.

– Cerro Catedral (passeio de 4 horas ou do dia todo, dependendo da neve e das condições para esquiar): este lugar é o point inicial para esquiadores em Bariloche. Diversas vias de descida, infraestrutura completa de aluguel, alimentação, transporte e diversão para crianças. Infelizmente, por não ser alta temporada, as estações estavam fechadas, mas conseguimos nos divertir MUITO com o esquibunda (feito em pequenos trenós, os chamados trineos).

 

Mesmo com as vias de esqui fechadas, para este passeio vale a pena ir de manhã e voltar depois do almoço. Há dois restaurantes bem gostosos nas duas estações de Cerro e dá pra se divertir bastante na neve por lá.

 

 

– Cerro Otto: localizado no centro de Bariloche, é possível subir de teleférico ou por trilha. Se a escolha for a segunda opção, é possível fazer a caminhada no gelo com raquetes, uma experiência nova e desafiadora para iniciantes. No topo do Cerro, o cenário é uma vista de 360 graus para diversos lagos, cadeia de montanhas e toda a cidade de Bariloche.

 

Lá no alto vale ainda comer no restaurante giratório, chamado Confitería Giratoria Cerro Otto, visitar um pequeno museu com réplicas de Da Vinci e se divertir à noite na boate. Se as pistas estiverem abertas, dá também para esquiar a partir daqui. Não tem aluguel de equipamentos por perto, então é preciso subir já equipado para aproveitar.

 

 

Selfie no teleférico para Cerro Otto. Paisagem linda com muita neve, árvores branquinhas e lago ao fundo.

Foto 360 com vista do teleférico.

Selfie no Cerro Otto. Céu azul e sol brilhando. Montanhas cheias de neve.

 

Selfie no Cerro Otto. Céu azul e sol brilhando. Montanhas cheias de neve.

 

 

– Cerro Tronador: do cume dessa montanha é possível observar grandes blocos de geleiras derretendo e caindo na água, que emite um som forte com um tremor, o que justifica o nome do lugar.

 

Infelizmente, no dia em que fomos até lá estava fechado devido à nevasca do dia anterior, ou seja, a dica é sempre consultar as informações turísticas (localizadas na praça central de Bariloche) antes de fazer qualquer passeio.

 

Neste passeio passamos sufoco, pois não colocamos correntes nos pneus. Ficamos derrapando alguns minutos com o carro entalado em uma subida. Para aumentar nossa aventura, de um lado, tínhamos um penhasco. Descemos de marcha ré, até uma parte plana, onde pegamos velocidade e fomos no embalo, derrapando, no estilo “se der medo, vai com medo mesmo”… Dedos cruzados, mas deu tudo certo.

 

 

Foto de um chocolate quente e, atrás, janela embaçada com vista para o gelo.

– Fábrica da Havanna: o lugar dos prazeres…

 

Chocolates,
alfajores,
cafés,
havanitas,
biscoitos…

 

Além de se deliciar e comprar muitas coisas gostosas de lembrancinhas, é possível fazer um tour pela fábrica de chocolate. Vale lembrar que a loja fecha aos domingos e o tour rola apenas durante a semana.

 

 

Falando em comida, temos dicas de restaurantes imperdíveis abertos na temporada:

 

Familia Weiss – lugar perfeito para comer fondues.

 

El Boliche de Alberto – aqui você vai entender que churrasco também é coisa de argentino.

 

Cassis – para saborear pratos locais com vista de cinema.

 

El Patacón – pratos típicos com opções vegetarianas e sem glúten.

Imagem de abertura da seção Dicas. Topo de montanhas cobertas de neve em Bariloche.

+ Dicas:

 

Documentos de embarque: leve RG ou passaporte para essa viagem. Para o embarque, não vale carteira de motorista, viu? Este é um documento que só tem validade em território brasileiro. O Pepe quase perdeu a viagem por causa disso. Então não faça como o Pepe e leve documentos válidos. =)

 

Esquiar: se esquiar for o seu objetivo principal, prefira ir para Bariloche a partir de julho, quando as estações estão abertas. Se isso for essencial para você, informe-se antes de fechar o pacote ou se jogar numa promoção.

 

Que moeda levar: pesos, dólares e o seu cartão internacional serão bienvenidos. Hoje em dia, você já consegue cotações justas nas casas de câmbio em Buenos Aires, caso não troque no Brasil. Dica de ouro: não trocou a grana no Brasil? Se der, faça o câmbio no Banco Nación dos aeroportos de Buenos Aires (abertos 24 horas por dia, 7 dias por semana). A cotação é melhor do que em Bariloche. Informe-se bem antes de partir.

 

Equipamentos e roupas para neve: vá nas calles (ruas) Mitre e San Martín. É nessas ruas que se concentram as lojas de aluguel de roupas. Como os preços e qualidade variam, vale pesquisar. Ah, e as luvas precisam ser compradas, não alugadas, por questões de saúde pública.

 

Bariloche fora de época: se você não gosta de multidões nem frio de rachar, não ignore este destino. Bariloche é linda em qualquer época do ano. Inclusive é o verão a época favorita dos argentinos para desfrutar as belezas locais. Dá pra escalar, fazer trekking e vários esportes aquáticos em meio às montanhas (sem gelo, nessa época do ano). Ainda tem as famosas Rota dos 7 Lagos e o Paso Córdoba para aproveitar.

 

A viagem foi ótima, mesmo achando que 4 dias são poucos para conhecer tudo que a região tem a oferecer. Fica aí uma boa desculpa para voltar. Trip regada a muito vinho bom e barato, descanso e diversão sem fim. Viva los Hermanos argentinos!

 

Agora estamos aqui, na espera da próxima promoção relâmpago para escolher o próximo destino surpresa e partir De Carona! 😀