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18/07/2016
Escrito por:Juliana Silveira
De Carona com o Bomde – Olimpíadas no Brasil
De Carona com o Bomde - Olimpíadas no Brasil

 

Estamos em festa e mergulhamos de vez no clima dos Jogos Olímpicos Rio 2016. E não poderia ser diferente, né?

 

O maior evento esportivo do MUNDO, desde a sua 1ª edição na Era Moderna, em 1896, acontece pela primeira vez aqui, na América do Sul, e o melhor: na nossa casa, o Brasil. São mais de 200 países participando de 42 modalidades, 306 provas, 136 femininas, 161 masculinas e 9 mistas. É um orgulho e tanto receber um evento dessa proporção.

 

Entre os dias 5 e 21 de agosto, o Rio de Janeiro recepcionará mais 10 mil atletas, e entre as estrelas brasileiras, o velejador Samuel Albrecht.

 

Estreando uma nova categoria na vela nos Jogos do Rio e fazendo dupla com Isabel Swan, primeira medalhista feminina de vela do Brasil, Samuel é o nosso convidado pra falar de tudo isso e mais um pouco.

 

Vamos de carona com ele, pelas águas da Guanabara, para saber todas as emoções de ser um super atleta, da sua participação nos Jogos e de ter o privilégio da viagem como rotina de trabalho.

 

De Carona com o Bomde - Olimpíadas no Brasil

 

“É a realização de um sonho poder competir uma Olimpíada no Brasil” – Samuel Albrecht

Com seis medalhas olímpicas, a vela é o esporte que, junto com o vôlei, mais levou o Brasil ao pódio até hoje. Somos o país das regatas, sim senhor.

 

E pra completar a alegria, às vésperas das Olimpíadas do Rio, O Bom de Viajar pegou carona com Samuel Albrecht, integrante da equipe de velejadores que vão representar o nosso país na Cidade Maravilhosa. Veleje com a gente e conheça um pouco mais sobre a trajetória, histórias e expectativas desse grande atleta.

 

 

– O Bom de Viajar: Samuel, sabemos que você é um apaixonado por esportes, que antes mesmo de escolher a vela, experimentou outras modalidades (futebol, vôlei, natação, corrida…). Queremos saber um pouco da sua história com o esporte e como escolheu a vela. Como nasceu essa paixão, há quanto tempo você compete?

 

– Samuel Albrecht: Desde criança sempre pratiquei esportes. Na vela, comecei aos sete anos por influência do meu pai, pois gostava de velejar com ele. Via os barquinhos de Optimist (classe inicial da vela de competição) e pedi pra entrar na escolinha. Aos nove comecei a participar de campeonatos. Mas somente aos 18 anos comecei a competir profissionalmente.

 

 

– Bomde: Velejar por muitos mares… Viajar e estar em diferentes destinos faz parte da sua rotina profissional. Qual o lugar / destino que você mais gostou de conhecer? O que mais marcou sua história?

 

– Samuel: No exterior, adorei conhecer Garda, na Itália, quando competia na classe 470, antes da Olimpíada de 2008. É um lugar incrível, com clima de montanha, um visual impressionante. As condições climáticas para velejar são excelentes. Também gostei de Porto Cervo, na Sardenha (Itália), que é um dos melhores lugares para velejar no mundo. É lindo tanto em terra quanto na água. No Brasil, adoro velejar em Jurerê (SC), que oferece ótimas condições para vela. Também oferece uma série de programas para conciliar passeio com a família, pelos ótimos serviços que oferece aos turistas, como bons restaurantes e várias opções de lazer no entorno. Também curto muito estar no Rio de Janeiro. Já estou há quatro anos aqui, peguei um carinho especial pela cidade. As opções de lazer são incontáveis, parece que a gente nunca conhece tudo. O clima é agradável e convida a gente a estar sempre na rua, aproveitando a cidade. Outro lugar no RJ que dá pra conciliar trabalho e atividades extra regatas com a família é Búzios, que oferece ótimas condições para velejar. Também acrescento na lista Ilhabela (SP) e Fortaleza (CE).

 

 

– Bomde: É possível aproveitar um pouco cada destino e ter momentos de lazer durantes as competições?

 

– Samuel: Durante as competições é muito difícil. O que fazemos é ir um pouco antes ou ficar um pouco depois das competições para poder aproveitar o local.

 

De Carona com o Bomde - Olimpíadas no Brasil

 

– Bomde: Uma curiosidade… Quem é o seu ídolo no esporte? Pode ser na vela ou em qualquer outra modalidade.

 

– Samuel: Tenho muitos ídolos! Ayrton Senna é um grande ídolo, por tudo que representou. Sou fã do Michael Jordan, do basquete. E do Michael Phelps, da natação. O número de medalhas que ele já conquistou é extraordinário. Na vela, tenho como ídolos Lars Grael e Robert Scheidt, os dois grandes velejadores e medalhistas olímpicos, que representam nosso esporte de uma forma muito positiva, com valores muito bacanas.

 

 

– Bomde: Agora queremos saber um pouco sobre a sua participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Você vai estrear uma nova classe (Nacra 17), que é uma categoria mista. Além disso, essa é a primeira Olimpíada no Brasil e, mais que isso, na América do Sul como um todo. Como você está encarando esse desafio e super oportunidade? Muito nervosismo? Quais são as expectativas? Feliz por competir em casa?

 

– Samuel: Sim! Muito feliz por competir em casa. Poder competir onde eu velejo há muito tempo e poder contar com a torcida dos meus amigos e da minha família é muito gratificante. Não estou nervoso (pelo menos ainda), porque o nosso calendário é tão apertado e temos tantos compromissos, que nem deu tempo pra ficar ansioso ou pensar nessa estreia. Acho que a gente ainda não tem a dimensão do que vamos encontrar. É a realização de um sonho poder competir uma Olimpíada no Brasil.

 

 

– Bomde: Além de todas as novidades profissionais, você também é papai de primeira viagem. São muitas estreias juntas, né?! Como você faz para administrar tantas emoções?

 

– Samuel: É verdade! São muitas coisas boas acontecendo ao mesmo tempo. Por enquanto, a minha esposa Daniela tem sido incrível. E como nesse momento eu preciso focar na Olimpíada, por mais que eu participe, ela que tem me apoiado e tocado as coisas sozinha. Eu brinco que estou correndo a minha Olimpíada aqui no Rio e ela tá correndo a dela. Mas sempre que possível estamos juntos, e logo vamos colher os frutos desse esforço. São coisas boas, porém exigem determinação, força e vontade e companheirismo. Infelizmente, quem vive do esporte tem que estar preparado a viver sobre pressão pra conquistar objetivos. Mas essa é a receita que a gente tem usado e logo vou estar integralmente com ela após os Jogos.

 

 

– Bomde: A dupla é experiente, ambos com anos no esporte, muitas competições (inclusive Olimpíadas) e premiações no currículo. O que os torcedores podem esperar de Samuel Albrecht e Isabel Swan?

 

– Samuel: Podem esperar o nosso melhor! Vamos dar o nosso máximo, velejar com alegria e poder representar o país do jeito que ele merece, com bons resultados. Fazer ótimas regatas e, quem sabe, fazer um trabalho diferenciado. Que saibam que não faltará dedicação da nossa parte, acordando e indo dormir fazendo e pensando no que fazer para trazer o melhor resultado.

 

De Carona com o Bomde - Olimpíadas no Brasil

 

– Bomde: Como é ser parceiro de uma mulher que fez história no esporte? Pesa o fato de ela ser a primeira medalhista olímpica brasileira ou só agrega? Qual o sentimento?

 

– Samuel: Sem dúvida agrega e não pesa. Mas a primeira medalha já passou, é preciso sempre novos resultados, novos títulos. Isso nos ajuda bastante, porque a Isabel traz a experiência dela, as situações que ela já passou. Isso nos ajuda principalmente na preparação e nos treinos, porque a Isabel sabe que eles trazem resultados. E também traz respeito na água com os adversários, traz patrocínios, pois a imagem dela é forte e muito importante para os projetos.

 

 

– Bomde: Vocês estão há apenas 1 ano juntos e já têm grandes conquistas, como o Sul-Americano em 2015 e, claro, o índice para participar das Olímpiadas. Estão felizes com os resultados? Quais os planos pós Jogos?

 

– Samuel: Sim, bem felizes. Especialmente com os resultados de 2016, que a gente vem numa crescente de resultados, como o nono lugar na etapa da Copa do Mundo de vela, em Hyères (França). Ainda não temos planos de campanha olímpica pós 2016. Por enquanto, só tenho planos pessoais de trabalho, na equipe em que velejo e administro, o Crioula Sailing Team, e o barco Camiranga, onde temos calendário bem intenso já para 2017. Em relação à campanha Olímpica, eu particularmente gostaria de continuar. Em pouco tempo a equipe evoluiu muito, e nesse período seria ótimo emendar um ciclo no outro, para chegar melhor preparado e com mais experiência. Claro que isso depende de apoio e patrocínio, porque começar outra campanha sem patrocinadores não é uma possibilidade. Então eu só vou continuar no próximo ciclo olímpico se realmente eu tiver patrocínio, podendo trabalhar de forma séria e consistente. Caso não continue com a campanha, me dedico à vela de competição oceânica.

 

 

– Bomde: Samuel, para encerrar, pra você, o que é O Bom de Viajar?

 

– Samuel: Tem um ditado que diz que viajar é trocar a roupa da alma, né? Então eu acho que viajar é um pouco disso, a gente sai daquela rotina que a gente está acostumado em casa. A gente está aberto a conhecer novas pessoas, ter novas experiências. O viajar é se adaptar às coisas que aparecem e poder melhorar a formação da nossa opinião. Viajar também faz a gente gostar mais da nossa casa ou do lugar que a gente vive. Faz abrir a cabeça, abrir a mente, ter experiências e ter oportunidade de conhecer coisas diferentes do nosso dia a dia.

 

Com tudo isso que o Samuel compartilhou com a gente, já deu pra sentir o clima de emoção, né? Vamos com tudo na torcida pelos atletas brasileiros!

 

Força e sucesso, Samuel! O Bom de Viajar está com você!